JHSF - Resultado no 4º trimestre/2016
Prossegue a desalavancagem; receitas desabam
A JHSF apresentou resultados fracos no 4T16, com menor receita em todas os segmentos, dados operacionais fracos e um evento não recorrente que levou a companhia a uma perda líquida de R$ 205 milhões.
Na área operacional, a divisão de Renda recorrente apresentou valores moderadamente fortes, com crescimento nas vendas dos lojistas e um custo de ocupação estável.
No entanto, os segmentos de Real Estate e de H&R postaram desempenhos fracos, conforme abaixo discutido. Além disso, a empresa vendeu 33% do Shopping Cidade Jardim (SCJ) no último trimestre, o que ainda não impactou os números do 4T16.
Portanto, podemos esperar uma menor receita neste segmento a partir de 2017, uma vez que a participação da JHSF foi reduzida para 67% neste ativo, e o SCJ é o principal shopping do portfólio, tendo respondido por 37% da receita do segmento no 4T16.
Renda Recorrente
Esta divisão apresentou números modestos no 4T16, com uma taxa de ocupação de 91,5% (-240 bps a/a) e vendas lojas mesmas (SSS) de 2,1%. A taxa de ocupação foi influenciada negativamente pelo Shopping Ponta Negra.
Em 2016, as vendas dos lojistas atingiram R$ 1,9 bilhão, um aumento de 6,5% a/a, enquanto o custo de ocupação permaneceu estável em 10,6%. SSR e SAR registaram valores mais robustos em 6,8% e 4,3%, respectivamente, positivamente afetados pela menor concessão de descontos e renovações de contratos no SCJ (a empresa não divulga os dados de leasing spread).
Real Estate.
Apesar das vendas robustas de R$ 20 milhões no projeto Fazenda Boa Vista, a receita bruta da divisão de Imóveis teve um forte impacto negativo de R$ 63 milhões por conta de provisões relacionadas ao Bosque Cidade Jardim (projeto embargado).
Em 2016, as vendas contratadas foram negativas em BRL -85 milhões, sendo o maior impacto decorrente de cancelamento ocorrido em julho/2016 no montante de R$ 40 milhões. Desta forma, a receita líquida foi negativa no 4T16 em R$ 33,2 milhões e R$ -43,9 milhões em 2016.
Hotéis e Restaurantes
Dados decepcionantes no trimestre: o segmento hoteleiro teve um recuo de 3,5% na diária média e de 16,2% em RevPAR. A divisão de restaurantes aumentou em 2,6% o número de couverts vendidos, porém com queda de 1,7% no preço médio. No 4T16, a receita líquida neste segmento diminuiu 11%, enquanto em 2016, -4% a/a.
Conclusões
Mais uma vez, a JHSF apresentou resultados trimestrais negativos. Apesar dos números positivos no segmento de Renda Recorrente, o resultado foi negativo em todas as áreas, afetado por provisões, distratos e elementos não recorrentes (tais como as despesas com estruturação das operações (venda de ativos, reperfilamento de dívida) e o reconhecimento de perda contábil ligado à venda do Tucuruvi).
Em resumo, 2016 foi um ano difícil para a empresa, com impactos severos na DRE por conta do segmento Imobiliário e números fracos (menor receita e EBITDA a/a) em Renda Recorrente e Hotéis / Restaurantes.
Considerando
(i) o ainda elevado nível de endividamento (mesmo considerando a redução de 22% a/a na dívida líquida);
(ii) a recorrente queima de caixa; e
(iii) falta de um gatilho de curto prazo para o segmento imobiliário (que deve levar um período considerável para concluir a venda de estoques e ajustar o tamanho da empresa para as operações atuais), permanecemos com uma visão cautelosa sobre JHSF3.
A fim de reavaliar o nosso modelo, mudamos nossa recomendação de Market Perform para Under Review.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do desempenho da JHSF, no 4º trimestre/2016, elaborado por DANIEL COBUCCI, CNPI Analista Sênior, e GEORGIA JORGE, Analista Sênior, ambos do BB INVESTIMENTOS
Artigos sobre Franchising e Mercados, Economia, Finanças e Gestão
Artículos en espanhol
Articles en français
Articles in English
Colunistas
Artes, Cultura e Variedades
Feiras e Eventos
Responsabilidade Sócio-Ambiental
Economia e Finanças
Política
Internacional
Meio Ambiente
Empresas Fornecedoras
